Em 2020 o mundo foi surpreendido com a emergência da pandemia Covid-19. Diante dos desafios decorrentes da crise sanitária, a Faculdade de Educação da Universidade de Brasília buscou alternativas para dar prosseguimento às ações educativas do projeto de extensão na área da educação de jovens e adultos(EJA). Este artigo tem como objetivo compreender, a partir dos conceitos de situações-limites einédito viávelde Freire (1987), os significados da formação e da prática das educadoras populares, em 2021, diante dos desafios do ensino remoto. A metodologia, de base qualitativa, fez uso do método da pesquisa-ação e da sistematização de experiências, por meio de entrevistas e questionários realizados com as educadoras envolvidas no projeto.O texto dialoga com as contribuições de Freire e com autores da área da EJA e da formação de professores. O artigo aponta os desafios vividos no contexto da pandemia, em face da deterioração das condições de vida e saúde, bem como do acesso precário às novas tecnologias, enfrentados por educandos e educadores do projeto. Além disso, mostra que o apoio recebido pelas educadoras populares para o desenvolvimento das atividades pedagógicas foi fundamental para continuarem persistindo nas atividades deles, mesmo em tempos tão incertos.Palavras-chaveEducação de Jovens e Adultos. Paulo Freire. Ensino remoto. Formação de educadores populares. Covid -19.1Doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil; professora associada da Universidade de Brasília, Brasil; coordenadora do Grupo de Ensino-Pesquisa-Extensão em Educação Popular e Estudos Filosóficos e Histórico-Culturais (GENPEX/UnB).E-mail: mariaclarissev@gmail.com.2Doutora em Desenvolvimento Pessoal, Aprendizagem e Teorias Epistemológicas Aplicadas pela Universidad Católica del Sagrado Corazón de Milán, Itália, professora da Faculdade de Ciências da Educação e diretora do Programa Disciplinario de Educación de Adultosna Universidad de Playa Ancha, Chile. E-mail: v-acuna@upla.c.